Desonestidade intelectual ou calamares?

Categoria: PSD Paços de Ferreira

“A desonestidade intelectual refere o ato de defender uma ideia quando se tem plena noção de que ela é incorreta, com o objetivo de defender o seu ponto de vista ou ideologia.”

“Calamares são um petisco tipicamente espanhol e muito apetitoso. Os calamares fritos fazem sucesso em todas as ocasiões.”

Na última Assembleia Municipal, o Presidente da Câmara, Humberto Brito, optou pelo habitual discurso populista em resposta à intervenção da deputada Célia Carneiro, da bancada do PSD, sobre a falta de estratégia de desenvolvimento económico para o nosso concelho, onde foi apontada, e bem, a falta de investimento na marca ‘Capital do Móvel’.

Não encontrando argumentos para contrariar a apresentação da deputada do PSD, o Presidente da Câmara contra-atacou com uma alusão à última conferência que o PSD organizou sobre desenvolvimento económico. Na sua crítica, referiu que o PSD “não tem ideias e, por isso, tem que trazer pessoas de fora para lhe dar sugestões”.  A saber, nesta conferência, um dos oradores, Paulo Fernandes, Presidente da Câmara do Fundão, referiu que a marca ‘Capital do Móvel’ tem um valor imensurável, um privilégio de poucos municípios e que devia ser mais bem utilizada e valorizada.

Esta atuação do Presidente da Câmara, Humberto Brito, é o espelho de uma verdadeira desonestidade intelectual. Pois, ainda na mesma assembleia, passados alguns minutos, na discussão de atribuição de subsídio à Moveltex, o próprio referiu que hoje o modelo de governação não está assente em dois ou três pensadores, mas sim na partilha e troca de conhecimentos, em saber ouvir diversos intervenientes, como empresários, universidades e associações.

Afinal em que ficamos?

Mas a incoerência não fica por aqui… pois não se compreende tais críticas para quem, recentemente, se foi inspirar no modelo urbano de Pontevedra com pompa e circunstância.

Assim, as declarações do Sr. Presidente da Câmara, ou manifestam uma clara desonestidade intelectual, ou, então, a visita a Pontevedra foi apenas para comer uns calamares fritos e beber uma canha.

Alexandre Costa

Fonte: Gazeta de Paços de Ferreira