É urgente pensar no investimento na cultura.
Durante dois anos, o acesso presencial aos espectáculos culturais, esteve praticamente impedido.
Os cinemas, teatros, musicais, museus, exposições, etc, estiveram fechados uma boa parte do tempo e a reabertura de todos foi sendo feita faseadamente. E todos corremos, a assistir a espectáculos e visitas a museus e exposições.
Entretanto, a inflação e a diminuição do poder de compra, ameaça novamente o acesso à maior parte dos eventos culturais. E refiro-me, nomeadamente, aos mais jovens.
São conhecidas as dificuldades que os jovens estudantes, que ingressaram no ensino superior e tiveram de rumar a outras localidades, estão a enfrentar a nível de alojamento, viagens e alimentação.
As “mesadas” não chegam para tudo e muito menos sobram para usar neste tipo de actividades.
Em alguns países da Europa, já é atribuído um “cheque cultural”, com quantias diferentes de país para país, mas com o mesmo objectivo. O valor é atribuído quando o jovem completa dezoito anos (que normalmente coincide com a idade de ingresso no ensino superior) e não pode ser gasto de uma só vez, mas em diferentes espectáculos, museus, exposições, etc. No fundo, é um incentivo para estimular o gosto pelas actividades culturais e o convívio.
Indirectamente, este investimento é também repercussão nas empresas ligadas à cultura.
Por cá, depois do “cheque bebé”, para quando pensar no “cheque cultural”?
Teresa Paula Cota
Fonte: Gazeta de Paços de Ferreira