Do norte ao sul de Portugal, durante o mês de Junho, há a tradição de festejar os chamados Santos Populares: Santo António, São João e São Pedro.

São vários os factores que concorrem para que este tipo de festividades sejam transversais a todo o território e tenham a popularidade que lhes é conhecida.

Por um lado, é neste mês que termina o ano escolar. O início de uma nova estação, o Verão, presenteia-nos com dias muito longos e quentes que convidam para alargados serões ao ar livre. Até a gastronomia desta época é favorável. O tempo das sardinhas, das saladas frescas, dos pimentos, das frutas variadas.

Estão reunidas todas as condições para festejar, sair à rua, conviver.

Se consultarmos um calendário com os feriados municipais é talvez neste mês que se concentra a maioria.

Dos mais novos aos mais velhos, este é o tempo de “desanuviar”. Das aldeias mais pequenas às grandes cidades do país, um dos três Santos é festejado. As ruas engalanadas, o cheiro a sardinha assada, a caldo verde e a manjerico. As cascatas, as marchas, os bailes de bairro, os martelos de S. João, tudo são cores, sons, aromas, sensações que fazem esquecer o tempo frio e de recolhimento do Inverno e de estudo intensivo de final de ano e exames.

É este interregno de apenas um dia e uma noite que dá alento para continuar o trabalho até que cheguem as férias para, aí sim, recuperar energias para o novo ano.

Recordo o meu tempo de estudante em que o S. João era dos eventos que mais gostava de vivenciar (para além da semana da Queima das Fitas).

Quando comecei a trabalhar, em Guimarães, onde o 24 de junho é também o feriado municipal – celebra-se a Batalha de S. Mamede – para mim, era perfeito, dada a possibilidade de “viver” o S. João.

Este é o segundo ano consecutivo em que não vou ao S. João. Eu, como todos os portugueses que gostam das festas dos Santos Populares, vamos cumprir a nossa parte com responsabilidade para podermos voltar a festejar

Viva o Santo António,

Viva o São João

E viva o São Pedro…