Viver ou sobreviver

Categoria: Notícias, PSD Paços de Ferreira

O poder de compra dos portugueses tem vindo a diminuir drasticamente. Assistimos com frequência manifestações e greves, reivindicando aumentos de salários, descidas de impostos e dos preços dos combustíveis e electricidade.

Com a aproximação do inverno e a necessidade de aquecimento nas casas, vai aumentar o valor das faturas da energia e haverá muitas famílias que não vão conseguir manter as casas aquecidas.

Os bens alimentares também tiveram um grande aumento e, mais uma vez, as famílias terão de fazer opções na hora de fazer compras, abstendo-se de comprar alguns bens essenciais.

Quando, há dias soube dos casos de pessoas que fingem doenças para serem hospitalizados, porque aí têm direito às refeições e aquecimento, fiquei chocada. Há supermercados a colocar alarmes nas latas de conservas porque têm desaparecido (há pessoas que se vão alimentando apenas de atum e ovos).

De passagem pela Alemanha verifiquei que todo o comércio, incluindo Centros Comerciais, encerra ao domingo. Apenas se mantém abertas algumas lojas de conveniência.Dei comigo a comparar com o que se passa por cá. Há dias, em conversa com um casal de idosos que frequenta um Centro de Dia, disseram-me que, durante o inverno, passam as tardes de fim de semana no Centro Comercial, porque lá estão quentes e em casa não conseguem manter o ambiente aquecido se não à custa de uma factura brutal de electricidade, que não é compatível com as suas pensões.

Em Portugal, durante muitos anos não se investiu devidamente na construção de habitação com as melhores características de isolamento térmico e neste momento as pessoas mais idosas já não têm capacidade financeira para esses investimentos.

Em muitos contactos que vou tendo , ouço com frequência os desabafos dos mais idosos chegando ao extremo de verbalizarem o desespero em que se encontram, com os aumentos sucessivos dos bens essenciais e as baixas pensões que auferem.

Cada vez mais devemos pensar na melhor forma de criar condições para que os idosos que optem por viver nas suas casas até ao fim da vida, tenham mais apoio.

Teresa Paula Costa
Fonte: Gazeta Paços de Ferreira