Vidas Rasgadas

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A violência doméstica é um flagelo antigo, que perdura e se agrava a cada ano que passa. A prevenção
compete a todos e, nesse sentido, as Mulheres Sociais Democratas do Concelho de Paços de Ferreira,
promoveram um Debate denominado “Vidas Rasgadas”, que teve lugar no passado dia 29 de março. O
evento ocorreu na sede da Cruz Vermelha em Frazão e contou com a adesão massiva de público. Fizeram
parte do quadro de oradores da iniciativa o Exm. Sr. Dr. Manuel Albano, Delegado Regional do Norte da
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e o Exm. Sr. Dr. Rui Teixeira e Melo, Advogado e Vogal
do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados. O papel de moderadora foi assumido pela Exm-
ª Sr.ª Dr.ª Carla Barros, Deputada da Assembleia da República da bancada do PSD.
Certas de que a todo e qualquer cidadão cabe um papel na prevenção, no respeito e na promoção de
processos educacionais e pedagógicos com vista a combater este problema social sério, as Mulheres
Sociais Democratas de Paços de Ferreira deram um contributo com vista à promoção de informação e ao
empoderamento das vítimas. E continuaremos a trabalhar no sentido da minimização desta doença social
que tanto e tão forte impacto tem na comunidade pacense e a que nem as crianças escapam ilesas. Mas
estamos cientes que as melhores ferramentas para o combate à violência doméstica não estão nas nossas
mãos. De facto, a nível autárquico quem mais instrumentos e meios tem para desenvolver um trabalho
de mérito é a própria autarquia. É a ela que cabe, em primeira linha, fazer mais e melhor face à sua atual
intervenção.
Sendo este um problema que nos preocupa desde sempre, já questionamos o Sr. Presidente de Câmara,
por duas vezes em sede de Assembleia Municipal, querendo saber o que está a ser feito pelo Município
no terreno, mas a resposta foi vaga e as responsabilidades foram descartadas e atribuídas aos técnicos do
Gabinete da APAV. Sendo a estes profissionais que, segundo o autarca, devemos fazer perguntas. No
âmbito das suas respostas às nossas indagações na Assembleia Municipal, Humberto Brito disse mesmo
que temos “toda a liberdade para ir falar com os técnicos”! Mas não era esta a resposta nem a
“liberdade” que pretendíamos!
As perguntas que o PSD queria ver respondidas eram estas: Qual o trabalho ao nível da prevenção? Há
programa de resposta de emergência a nível habitacional no Concelho para estas situações? Que recursos
e equipamentos? Há algum programa de apoio pedagógico e/ou recursos informativos disponíveis para as
famílias? Qual é o plano estratégico do Concelho para este flagelo?
É para estas perguntas que a população precisa de respostas, sobretudo as vítimas de violência
doméstica, sejam elas mulheres, homens, crianças, jovens ou idosos. Estas vítimas precisam de segurança
e de proteção. Precisam de uma câmara que lhes garanta respostas às perguntas e, sobretudo, às
situações concretas de terror e medo com que se deparam no dia-a-dia.
Num momento em que o País está a viver uma situação grave ao nível da violência doméstica, vemos o
nosso Município acomodado, a tentar passar entre os pingos da chuva, não dando a devida e necessária
atenção aos casos que diariamente sucedem no concelho e que afetam todas as faixas etárias.
Sendo que a gravidade do problema é de tal ordem que toda e qualquer ajuda é bem-vinda, aproveito
para dar conta da existência de uma aplicação para telemóvel que funciona no apoio à vítima de violência

doméstica (AppVD). Esta tecnologia, para além de colocar ao dispor das pessoas várias informações sobre
o tema, está diretamente articulada com as forças de segurança, sendo simples e gratuita a sua utilização.