Um Caminho Seguro

Categoria: Notícias, PSD Paços de Ferreira

Após as eleições autárquicas de Outubro de 2017, deparei-me com um cenário político concelhio em que o PSD deveria assumir, de forma transversal, a função de oposição ao caminho que se encontra a ser seguido pela maioria socialista. Esta oposição teria 4 “tabuleiros” diferentes: (1) as Reuniões de Executivo Municipal, órgão de menor mediatismo mas que serviria, essencialmente para apresentação de “caminhos” e propostas que o PSD teria para o concelho e para as freguesias; (2) a Assembleia Municipal, órgão fiscalizador por excelência e que obriga a um trabalho de coordenação e convergência com os Vereadores eleitos; (3) as freguesias, nas quais devemos acompanhar o trabalho dos nossos Presidentes de Junta eleitos no seu (bom) desempenho em prol da população e apoiar os nossos primeiros eleitos nas que fomos derrotados; por último, (4) na ação político partidária, com ações desenvolvidas pelo órgão que legitimamente se encontre eleito para tal.

De forma a dar seguimento a um projeto iniciado com a minha candidatura à Câmara Municipal em 2017, decidi passar a liderar a Comissão Política do PSD de Paços de Ferreira de forma a, em conjunto com a equipa que me acompanhou, coordenar as ações nos diversos tabuleiros. Este mandato foi-me dado em Fevereiro de 2018 pelos militantes com lista única, o que demonstra bem a confiança que os militantes depositaram na estratégia delineada. A primeira parte do caminho deveria ter terminado em Fevereiro de 2020 (com os primeiros 2 anos de mandato) mas as contingências “pandémicas” abrigaram-nos a continuar formalmente no poder mais 7 meses (e digo formalmente porque com as restrições surgidas a nossa ação ficou muito limitada).

Foram pois 24 meses de muito trabalho. Para além de enumeras ações de âmbito interno e direcionadas para os militantes (que não é adequado tratar neste fórum), recordo que foi “este” PSD de Paços de Ferreira que agora termina o seu mandato que colocou na ordem do dia temas como a segurança rodoviária no concelho (e que levou a autarquia a plantar desenfreadamente lombas por todo o concelho); foi este PSD que denunciou a “habilidade” do Presidente de Câmara de prometer não subir o IMI em campanha, (depois de eu o ter acusado de ter assumido esse compromisso às escondidas dos pacenses) e depois, numa das suas primeiras ações, subir o IMI; foi este PSD que denunciou o facto da Autarquia estar aplicar um tarifário ilegal, que claramente irá prejudicar a nossa população, no presente e no futuro; foi este PSD que alertou, há mais de 2 anos, que o Concelho de Paços de Ferreira iria ser prejudicado financeiramente (como está a ser) por não ter um Plano Municipal de Defesa da Floresta aprovado; foi este PSD que propôs mais de 30 medidas em várias reuniões de Câmara e Assembleias Municipais das quais gostaria de destacar (i) a proposta de refeições escolares gratuitas para alunos do pré-escolar (liminarmente recusada pela maioria socialista para depois as colocar em prática de uma forma atabalhoada e injusta), (ii) a proposta de transmissão em directo das reuniões de Executivo (primeiro) e Assembleia Municipal (posteriormente) para que a população tivesse acesso ao seu teor e (iii) um conjunto de medidas de combate à pandemia que, em grande medida, não foi acolhida pelo Executivo com os resultados que (infelizmente) se estão a verificar. Volto a referir, são apenas alguns destaques das mais de 30 propostas apresentadas ao longo dos últimos 2 anos.

Sublinho, foram meses de muito trabalho com um objetivo: contribuir para que a oposição no nosso concelho fosse um fator de dinâmica e construção de um futuro melhor para o nosso concelho. E de uma coisa eu tenho a certeza: quem vencer as eleições internas do próximo sábado irá, com toda a certeza, encontrar um PSD de Paços de Ferreira em melhor situação do que estava em 2016 e abordar as próximas eleições Autárquicas com mais confiança quando comparado com a situação de 2017.

Não escondo: era um caminho para ser construído durante 4 anos. Infelizmente por motivos de âmbito pessoal, não tenho a disponibilidade necessária para dar seguimento aos últimos meses deste ciclo, em particular dada a disponibilidade que um Presidente de Comissão Política deve ter para preparar um processo autárquico como o que se aproxima.

Mas, se é certo que fico com o “amargo de boca” de quem teve que percorrer o “caminho das pedras” num percurso que deveria ser mais longo, este sentimento é compensado pelo certeza que, em conjunto com a equipa que me acompanhou e se dedicou a esta causa de forma inexcedível, estamos de consciência tranquila de que fizemos o melhor pela nossa terra. Como sempre eu pretendi e como sempre irei estar: disponível para ajudar, de acordo com as minhas limitações, o concelho de Paços de Ferreira.

P.S. Este será o meu último artigo na qualidade de Presidente da Comissão Política do PSD de Paços de Ferreira, razão pela qual optei, pela primeira (e única) vez, por “maçar” o estimado leitor com assuntos de índole partidária. Aproveito igualmente a oportunidade para agradecer à Gazeta de Paços de Ferreira e ao seu Diretor o espaço que nos foi dado durante este período.

Até breve!

Joaquim Pinto