PSD Paços de Ferreira vota contra o relatório e contas 2020

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O PSD Paços de Ferreira votou contra o relatório e contas de 2020 apresentado pelo executivo PS na Câmara Municipal por considerar estarem desfasadas da realidade, naquele que foi o quarto documento analisado no corrente mandato.

E neste relatório e contas, tal como nos anteriores, à medida que o vamos folheando, sentimos que estamos a entrar num ‘conto de fadas’, em que tudo está resolvido no nosso concelho e em que problema algum existe. Quem não viver em Paços de Ferreira e conseguir ler este documento, sente que os nossos habitantes entraram num elevado estado de existência, livres dos malvados governantes precedentes de quem atualmente gere a autarquia.

Infelizmente, não poderiam estar mais enganados. Aliás, a existência de expressões de cariz partidário como “Obrigado pela confiança na mudança!” na mensagem do Sr. Presidente da Câmara, é a prova de que estamos, mais uma vez, perante um documento eleitoralista, propagante e no qual se tenta, mais uma vez, “dourar” uma realidade, que a população do nosso concelho, mais tarde ou mais cedo, vai descobrir que é um embuste.

Mas este ano não nos vamos repetir. Seria a quarta vez que o faríamos! E por isso, não vamos fazer referência:

  1. À mensagem enganadora relacionada com a diminuição da dívida até porque continuarmos com mais de €51M em Provisões (rubrica na qual se deveria infelizmente adicionar pelo menos €100M fruto da desastrosa gestão do processo de concessão de água e saneamento por parte da maioria socialista), um cenário que nos faz lembrar uma “varredela” para debaixo do tapete de algo que, esperamos, não venha a se materializar numa dívida a pagar num futuro próximo;
  2. À inexistência de adesão à realidade no que à mensagem de rigor na gestão até porque, as demonstrações financeiras continuam a revelar um (contínuo) aumento dos custos operacionais desde que o PS está no poder;
  3. Ao IMI que, ao contrário do que é dito, continua a aumentar o valor cobrado aos nossos cidadãos;
  4. À falta de visão estratégica da maioria socialista, que ano após ano apresenta custos correntes muito superiores aos custos de capital, isto é, ao investimento, o que prova que se limita a gerir o dia-a-dia e as expetativas dos “votantes”, pondo de parte o que realmente é importante que é um futuro melhor para a população mesmo que com base em opções tomadas que não deem tantos votos (só para registo, o investimento em 2020 baixou perto de 50% quando comparado com 2019!);

Desta vez apenas vamos fazer referência a duas questões que constam no documento em análise e demonstram bem que temos um Executivo Municipal que anda ao sabor do vento, sem estratégia e sem visão para o nosso concelho.

  1. É com particular espanto que vimos o Sr. Presidente de Câmara terminar a sua mensagem com a expressão “a Capital do Móvel resiste!”. Neste ponto estamos de acordo. Mas faltou acrescentar “Resiste, apesar de eu tudo ter feito para acabar com ela!” Ou o Sr. Presidente de Câmara já se esqueceu da “marciana” ideia que teve há uns anos atrás ao ter criado a Capital Europeia do Móvel, tendo inclusive dado uma valente “seca” de apoios à AEPF, contribuindo para a lamentável situação de dificuldades económicas em que a associação se encontra, nomeadamente na luta diária que os seus dirigentes têm para se manter com a posse do Parque de Exposições, um património para o qual tanto se trabalhou?!?
  2. Gostaríamos também de fazer referência ao “foguetório” feito pela maioria socialista relacionado com os resultados líquidos positivos. Obviamente que é preferível ter resultados positivos a resultados negativos. Mas numa situação como a que a que atualmente vivemos, de louvar seria caso a Autarquia tivesse usado o valor dos resultados (que por coincidência é um valor próximo do da moratória do FAM) para apoiar, de forma proactiva e coerente, as empresas do concelho e as pessoas que sofreram com a pandemia. Mas não, pelo contrário: num ano como o de 2020, com brutais perdas de rendimento por parte das nossas empresas e das nossas famílias, a Câmara ainda cobrou mais impostos diretos e indiretos (+ cerca de €750m cobrados)! E, quando não conseguia cobrar, lá passou essa tarefa para a Autoridade Tributária para ainda penalizar mais a nossa população com multas e taxas.

Por estes motivos, os Vereadores do PSD Joaquim Pinto e Célia Carneiro votaram contra este documento em apreciação.

Paços de Ferreira, 14 de junho de 2021

A Comissão Política do PSD Paços de Ferreira