O significado do Natal

Categoria: PSD Paços de Ferreira

O Natal é para mim a festividade mais aguardada durante todo o ano. Pelo que
representa para mim como católica, pelo espírito de família e até pela estação do ano
em que se celebra que convida ao intimismo “à volta da fogueira” – não imagino a
celebração do Natal nos países de clima quente.


Recordo, com grande nostalgia, o Natal da minha infância. No início de Dezembro,
começavam a reunir-se as condições para entrarmos no espírito natalício. Depois
chegavam as férias de Natal e aí sim, todos os preparativos. Eram duas semanas muito
preenchidas. A construção do presépio tinha todo um ritual: escolher e preparar o
espaço, apanhar o musgo, colocar as figuras principais e por fim, espalhar os pastores
com o seu cão e dezenas de ovelhas, todos a caminho do presépio. Eram figuras
simples em barro pintado e cada uma era única. Os cânticos de Natal à volta deste
ambiente ainda fazem eco na minha memória.


Abandono aqui as minhas memórias e passo para a realidade.


Deturpou-se o significado do Natal. Está, agora, associado ao consumismo e quanto
mais cedo se começar a lembrar o Natal, mais o consumismo é estimulado.
Quem primeiro colocar nas montras os motivos de Natal, mais cedo apela a este
consumo fútil. E para ajudar, o Black Friday, esse conceito “tão tipicamente
português”, não se resume a uma única sexta feira, mas dura quase um mês.


Em Novembro começámos a ver as primeiras movimentações, as ruas engalanadas,
aqui e ali surgem as primeiras figuras do Pai Natal. Este ano, ainda o mês estava no
início e surgiram logo as ameaças que os presentes de Natal vão esgotar cedo, não
haverá bacalhau suficiente para as ceias de Natal…enfim, o alarmismo a incentivar as
compras com muita antecedência.


Como se tudo isto não bastasse, hoje ouvi alguém questionar, “será que vamos ter
Natal, este ano?”. Quase respondi torto.

Teresa Paula Costa
Fonte: Gazeta Paços de Ferreira