Há vinte anos, Freamunde era elevado a Cidade na Assembleia da República, pela voz do então Presidente da mesma, Almeida Santos. Tal como muitos Freamundenses tive, no dia 19 de abril de 2001, o privilégio e a alegria de assistir a esse momento.

Na altura, Freamunde vivia uma época de grandes feitos, crescendo a vários níveis, e a elevação a cidade foi, sem dúvida, um reconhecimento ao trabalho dos seus autarcas e uma ode às suas gentes. Gentes essas que sempre foram fortes, lutadoras e ávidas de mais e melhor para a sua terra.

Hoje, Freamunde, atravessa um período de menor ascensão, não porque as suas gentes tenham perdido a ânsia de querer ver a sua terra crescer, nem porque as suas associações deixaram de tentar elevar o nome de Freamunde ao mais alto nível, mas este é, de facto, um período de menor evolução na cidade, e por este motivo merece uma reflexão por parte dos Freamundenses.

Quando refiro o facto de este período ser de menor evolução da cidade, não me refiro apenas à parte material do que é Freamunde, mas muito ao seu imaterial que cada vez se encontra mais esquecido e dissipado, receando mesmo que seja cada vez mais difícil de ser encontrado, esse imaterial que sempre qualificou Freamunde e os Freamundenses como sendo uma terra bairrista, irreverente e de espírito insaciável.

Aguardo que, este 19 de abril, aniversário de duas décadas da nossa cidade, possa servir de reflexão para uma nova esperança para Freamunde e para os Freamundenses.
Paulo Correia

Fonte: Gazeta de Paços de Ferreira