A Fábrica Grande Albino de Matos, Pereiras & Barros, Lda

Categoria: Notícias, PSD Paços de Ferreira

Dia 25 do próximo passado dezembro, reuniram, no edifício da escola do sexo masculino d’esta freguesia (Freamunde). (…) O referido professor (Albino de Mattos), usando da palavra, faz notar
(…) a deficiência da mobília escolar. (…) Em seguida ponderou a urgente necessidade de se mandar construir uma mobília em condição.” Jornal de Paços de Ferreira, 16/01/1897.
Da necessidade, talvez se tenha dado início à indústria do mobiliário no concelho.

Os decisores políticos têm de ter por base o legado, a sabedoria e o suor derramado pelos antepassados para construírem o nosso concelho.

Não podemos focar-nos no imediatismo ou no mero populismo das decisões. Isso não é sermos políticos de verdade, é só valorizarmos o significado do nosso “eu”.

Por estes dias, li uma dissertação de mestrado do Dr. Joaquim Carvalho, intitulada “A INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO ESCOLAR EM PAÇOS DE FERREIRA – O caso da Fábrica Albino de Matos, Pereiras & Barros, Lda.”, publicada em 2005 pela Câmara Municipal.

Esta leitura prende-se com o facto do edifício da Fábrica Grande, em Freamunde, ter desaparecido recentemente e ter sentido que não foi dada a devida atenção/cuidado no desmantelamento do espaço. Ali, estava uma parte da história do concelho, sede da Capital do Móvel. O executivo municipal deveria ter acautelado, no desmantelamento e no novo projeto urbanístico, que algo da história se pudesse perpetuar. Para melhor perceberem ao que me refiro, convido-os a verem o cuidado tido na preservação da fachada de uma fábrica histórica em Ermesinde, aquando da construção de um hipermercado no local. Entendo que a Câmara Municipal deve planear o território e dialogar com os privados, quando – como aqui – existe uma identidade histórica que deve ser preservada. Olhar para trás e respeitar
o suor e a sabedoria dos nossos antepassados deve ser uma marca de quem governa o presente e projecta o futuro. Creio que ainda iremos a tempo, assim haja vontade.